Sanção de lei na capital do Piauí coloca em evidência importância de avaliação médica integrada para segurança dos competidores
A Organização Mundial de Saúde (OMS) traz a recomendação de que é preciso realizar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos em intensidade vigorosa, por semana. Essa movimentação é fundamental para o bom funcionamento do corpo, saúde e traz impactos positivos na saúde mental. Os ganhos são inúmeros e especialistas na área têm estimulado que as pessoas incluam em suas práticas diárias essas atividades. Contudo, é preciso estar atento a algumas recomendações, especialmente quando se participa de competições esportivas. É fundamental buscar uma avaliação médica integrada, que possibilite a investigação de qualquer alteração no corpo que possa indicar riscos. Em Teresina, por exemplo, foi sancionada a lei que exige atestado médico para quem deseja competir em eventos esportivos.
De acordo com o Dr. Júlio César Filho, professor e cardiologista do Instituto de Educação Médica (IDOMED), para todos que buscam participar de competições o ideal é procurar um médico previamente. “Não necessariamente um cardiologista, mas alguém que possa fazer uma avaliação completa, inclusive cardiovascular”, pontua. Apenas após essa avaliação é que a pessoa está apta ou não a participar de qualquer competição. “Não é a presença de alguma doença que contraindica a participação em uma competição, mas sim o descontrole ou sintomas inerentes da doença, que podem dizer se a mesma está descompensada, daí a necessidade de regular”, reforça.
Segundo o especialista, a pessoa é considerada não apta quando passa por alguma crise dentro de uma doença já conhecida, como por exemplo “já sabe que tem hipertensão e faz tratamento de maneira irregular, o que ocasiona picos de pressão. Nesse momento, existe essa contraindicação para estar em competições. A mesma situação se aplica a pessoas que têm doenças nos vasos que irrigam o coração, está com dor no peito, chamada de angina, assim como quem tem diabetes descontrolada, entre outras”, aponta o Dr. Júlio. No geral, o médico destaca que a “a atividade física é sempre bem-vinda e indicada, mas é preciso fazer uma avaliação criteriosa”.
Prática física é uma boa aliada para o corpo, mente e bem-estar
A Organização Mundial Saúde (OMS) estipula níveis de atividades físicas ideais, mas segundo levantamento divulgado do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, apenas 40,6% de pessoas, com 18 anos ou mais, estão dentro desses critérios no Brasil. Nesse sentido, manter-se ativo é de extrema importância para a saúde das pessoas em qualquer fase da vida, porque o corpo humano se desenvolve a partir do movimento.
Para Conceição Lopes, professora mestre em Educação Física, do Unifacid Wyden, o sedentarismo adoece o corpo, por isso os estímulos contínuos para que a prática física devem ser uma constante na vida das pessoas. Nos casos em que pessoas buscam participar de competições esportivas, ela endossa que “é necessário considerar o nível de condicionamento, doenças e recomendação médica. Isso para que os níveis de atividade física estejam adequados à cada situação e estado de saúde”.
A docente acrescenta, ainda, que “para quem decide começar a se exercitar, principalmente a competir, é preciso verificar, por exemplo, com o cardiologista se o coração está saudável para aguentar o ritmo de treino”, orienta. Entre os sinais de alerta, que podem indicar que a prática esportiva, por exemplo, provoca danos ao corpo, ela pontua que a “fadiga extrema , dores que demoram mais que 72 horas e desconfortos articulares”, devem ser levados em consideração.
Teresina sanciona lei
Recentemente, a capital do Piauí sancionou lei que exige, a partir de agora, que participantes de competições esportivas apresentem atestados de saúde para competirem em eventos esportivos. A lei é um reforço para que haja maior conscientização por parte daqueles que buscam estar imersos nesses eventos de forma segura e sanando riscos que podem ser evitados.