O governo federal anunciou planos de realizar um Concurso Nacional Unificado em fevereiro do próximo ano, com o objetivo de preencher aproximadamente 8 mil vagas que estão abertas em diversos ministérios e órgãos do serviço público federal. Esta iniciativa representa uma mudança significativa em relação ao processo de seleção atual, onde cada órgão conduz seu próprio concurso e realiza as provas separadamente. O novo concurso prevê uma seleção única, que será realizada simultaneamente em 179 cidades de todo o país.
A proposta para o Concurso Nacional Unificado foi apresentada pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, com o intuito de agilizar o processo de contratação de servidores e reforçar a capacidade dos órgãos públicos federais, que perderam cerca de 73 mil servidores nos últimos seis anos.
Diferentemente do sistema atual, este novo modelo de seleção se inspira no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e será realizado em diversas cidades do Brasil simultaneamente. A ideia é ampliar o acesso da população brasileira às oportunidades de emprego no serviço público federal e promover a diversidade sócio demográfica e territorial entre os servidores públicos.
José Celso Cardoso Jr., secretário de Gestão de Pessoas do Ministério da Gestão, explica a importância dessa diversidade: “Quanto mais o perfil do servidor estiver alinhado com o perfil da população, melhor para o governo. Quanto mais essa burocracia for representativa do coletivo da nação, as políticas públicas também serão mais representativas, dando melhores entregas em serviços para a população”.
É importante ressaltar que, apesar das provas serem realizadas em várias cidades, a alocação dos servidores aprovados dependerá da demanda de cada órgão e não necessariamente da localidade onde as provas foram feitas. Essa alocação será definida após a aprovação no concurso.
O prazo para os ministérios e órgãos manifestarem interesse em participar do concurso unificado é até 29 de setembro, sendo uma adesão voluntária. A publicação do edital está programada para 20 de dezembro, com a aplicação das provas prevista para 25 de fevereiro de 2024. Os resultados da primeira fase devem ser divulgados até abril de 2024, e os cursos de formação estão programados para começar entre junho e julho do mesmo ano.
Na fase de inscrição, os candidatos deverão escolher um dos blocos de áreas de atuação governamental disponíveis e indicar seu cargo ou carreira de preferência entre as vagas dentro do bloco escolhido. O concurso será dividido em duas partes: uma prova objetiva comum a todos os candidatos e provas dissertativas específicas de acordo com cada bloco temático. Além disso, cada órgão terá o direito de estabelecer requisitos em relação à titulação acadêmica e experiência profissional.
Os conteúdos das provas serão definidos em conjunto com os órgãos e divulgados no edital. As áreas de atuação disponíveis incluem administração e finanças, setores econômicos, infraestrutura e regulação, agricultura, meio ambiente e desenvolvimento agrário, educação, ciência, tecnologia e inovação, políticas sociais, Justiça e saúde, trabalho e Previdência, dados, tecnologia e informação pública, além do nível intermediário.
Um dos desafios do concurso será garantir a segurança das provas em todas as cidades onde serão realizadas, evitando vazamentos e mantendo a integridade do processo seletivo.
A coordenação-geral do Concurso Nacional Unificado será composta pelo Ministério da Gestão e da Inovação, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Instituto de Pesquisa Econômico Aplicada (Ipea), a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e a Advocacia-Geral da União (AGU). As comissões setoriais de cada órgão também participarão ativamente, formando o Comitê Consultivo/Deliberativo. Até meados de setembro deste ano, o Ministério da Gestão e da Inovação deve publicar o ato oficial que definirá a estrutura de governança do Concurso Unificado.
Fonte: Agência Brasil