Nesta terça-feira (11), a Justiça Federal do Amazonas retoma as oitivas para colher depoimentos de testemunhas no caso do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, do jornal The Guardian. As audiências estão sendo realizadas em Tabatinga (AM), após terem sido suspensas no final do mês passado devido a sucessivos atrasos na agenda, ocasionados por problemas na conexão de internet, algo que ocorre com frequência na região.
Os três acusados do caso, Amarildo da Costa Oliveira, Oseney Costa de Oliveira e Jeferson da Silva Lima, estão detidos em presídios federais de Catanduvas, no Paraná, e de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, e acompanham as audiências por meio de videoconferência devido à distância. Parte das testemunhas está sendo ouvida presencialmente em Tabatinga, enquanto outra parte está sendo ouvida de modo remoto.
Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos nas proximidades da Terra Indígena do Vale do Javari, no Amazonas, em junho de 2022. Eles estavam trabalhando juntos para denunciar crimes socioambientais na região, que abriga a maior concentração de povos isolados e de contato recente do mundo. Na Terra Indígena Vale do Javari, localizam-se 64 aldeias de 26 povos e cerca de 6,3 mil pessoas. Dom Phillips pretendia publicar um livro sobre as questões que afetam o território e estava apurando informações com esse objetivo na época do crime.
Os réus serão interrogados por videoconferência após a finalização das oitivas das testemunhas, e a Justiça Federal busca avançar nas investigações e esclarecer os detalhes do ocorrido, em um caso que chocou a comunidade indigenista e jornalística. As circunstâncias e motivações do assassinato ainda estão sendo apuradas pelas autoridades, e a expectativa é de que os depoimentos das testemunhas tragam mais informações sobre o episódio que resultou na morte de Bruno Pereira e Dom Phillips.