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Taiwan alerta para risco de invasão de Pequim

O ministro da Defesa de Taiwan alertou nesta segunda-feira para um crescimento expressivo dos gastos militares da China em 2023, denunciando que Pequim poderia fazer uso da força para tomar o controle da ilha. No domingo, os chineses anunciaram um aumento de 7,2% nas despesas militares — o maior dos últimos quatro anos —, totalizando 1,55 trilhões de yuans (R$ 1,16 trilhões).

Ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, em sessão no Parlamento em Taipei em fevereiro- FOTO: SAM YEH/AFP

— Parece que o outro lado está se preparando para o uso da força, se necessário, no futuro — disse o ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, aos deputados.

Taiwan vive sob constante ameaça de invasão da China, que considera a ilha governada democraticamente como parte de seu território. O governo chinês aumentou a pressão durante o ano passado, realizando grandes exercícios militares em torno de Taiwan em agosto, depois que a então presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, visitou a ilha.

O ministro da Defesa de Taiwan também alertou nesta segunda que visitas de funcionários de alto escalão de governos estrangeiros poderiam ser um catalisador para uma invasão chinesa.

— Eu acho que eles estão esperando por uma boa razão para enviar tropas, como visitas do alto escalão de outros países a Taiwan ou atividades muito frequentes entre nossos militares e os de outros países — disse Chiu Kuo-cheng.

Em meio ao clima de tensão, a presidente da ilha, Tsai Ing-wen, fará uma visita ao presidente da Câmara dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, em abril na Califórnia. O encontro tem como objetivo acalmar a relação de ambos os países com Pequim. Tsai visitará também irá a Nova York, como parte de uma ampla viagem pelo continente americano.

Antes de se tornar presidente da Câmara, o republicano McCarthy havia dito que pretendia visitar Taiwan caso assumisse o posto, mas recuou da ideia diante da crescente tensão entre EUA e China, que ganhou novos contornos após o suposto balão de espionagem chinês sobrevoar o território americano em fevereiro. Na época, o incidente levou ao adiamento da visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a Pequim.

Em 2022, a visita da então presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, à capital taiwanesa Taipei desagradou Pequim e desencadeou os maiores exercícios militares da China no Estreito de Taiwan em décadas, incluindo lançamento de mísseis sobre o território.

Fonte: O Globo

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