O governo Lula passou a ser pressionado por integrantes do PT, da Polícia Federal e própria Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para trocar o recém nomeado diretor-adjunto do órgão, o delegado federal Alessandro Moretti. A principal insatisfação diz respeito à sua ligação com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, preso desde 14 de janeiro e investigado por omissão em relação aos atos golpistas de 8 de janeiro.
Moretti foi secretário-executivo da Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal entre 2019 e 2021, na primeira passagem de Torres pelo cargo, e também ocupou a chefia da área de inteligência da PF no governo Bolsonaro.
A nome de Moretti foi escolhido pelo também delegado federal Luiz Fernando Corrêa, indicado pelo presidente Lula, na última sexta-feira, para assumir a direção-geral da Abin. Até ter seu nome sabatinado pelo Senado, é o número dois que fica à frente do órgão.
O ponto de insatisfação de agentes da Abin é que o comando do órgão deixou de ser ocupado por um quadro orgânico e voltou às mãos de um delegado da PF. A Abin tem uma demanda antiga para que o seu diretor-geral seja um funcionário da carreira da própria agência.
Em conversa com integrantes do órgão, Luiz Fernando Corrêa se comprometeu a trabalhar por uma lei que torne os cargos de direção exclusivos à carreira de inteligência.
Fonte: O Globo