O Coletivo 086, no Piauí, está realizando o primeiro censo de trans masculino do estado para oferecer um retrato mais preciso da diversidade de gênero da população e buscar a definição de políticas públicas, reivindicações de direitos e ações contra a transfobia. O censo começou em fevereiro e deve seguir até o final de abril, com 49 pessoas já tendo preenchido as informações. O formulário do Google está disponível no link da biografia do Coletivo no Instagram e é direcionado às pessoas trans masculinas, que até o momento não têm o número exato.

Segundo o coordenador, Grax Medina Gutierrez, um dos objetivos fundamentais do censo é conseguir o perfil das pessoas trans masculinas para poder buscar junto aos órgãos públicos políticas públicas. Uma delas é mostrar a necessidade de um ambulatório destinado ao público trans mais atuante, visto que atualmente existe apenas um ambulatório no estado, que atende especificamente travestis e transsexuais.
Medina explicou que os dados coletados são importantes para ter uma dimensão da comunidade e realizar ações no estado, principalmente para melhorar o atendimento no ambulatório. Ele destacou que muitos trans não se sentem acolhidos na comunidade LGBTQIA+, que muitas vezes os vê apenas como um fetiche. O coordenador afirmou que o coletivo surgiu em 2020 porque as pessoas trans masculinas não se sentiam contempladas dentro da comunidade e que há ainda muito preconceito entre os próprios gays e lésbicas em relação a eles. Medina relatou que muitas vezes é vítima de objetificação e fetiche, além de enfrentar muita transfobia. O censo ajudará a oferecer um retrato mais preciso da diversidade de gênero da população do Piauí e a buscar medidas efetivas contra a transfobia.