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TEXTOS DA SEMANA

A CENA DO SÁBADO

às 10:29

Reprodução

Levantava às 4h, passava uma água no rosto, botava o chapéu de palha, acordava os meninos e iam pro curral. Ele ia tirando o leite das vacas e os meninos iam quebrando a mandioca para botar junto com ralão, que era comprado na Fábrica Dureino, pra o gado comer, antes de soltá-lo. Enquanto a mamãe preparava o café, ele entrava em casa do jeito que saía do curral, com os pés melados da bosta do gado, se deitava na sua rede, com as pernas cruzadas, e ela brigava. A Maria sorria da briga de todo dia e ia limpar. Ele acendia um cigarro Continental e começava canta Orlando Silva, Lupicínio Rodrigues e Ataufo Alves. Tomava café, que era um copo de café preto e um frito de carne de porco ou um pedaço de carne gorda assada. Nunca comeu um pedaço de pão e nem tomou um copo de leite. Apesar de ter criado gado à vida inteira. Deitava novamente, fumava outro Continental, cantando, e ia banhar para ir com seu Alexandre, seu Oton e seu Tomé tomar umas geladas no bar do Moraes, que eram amigos da vida toda. Eu ia tomar refrigerante Bidu Cola, Quero, Tufy, Mirinda… e comer panelada da dona Adelaide, que tinha mão de fada, pois só tinha por volta dos 12 anos. Nossos sábados eram assim.

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