REMINISCÊNCIAS
(Parte I)
às 11:16
A Cancela do Posto Fiscal ficava no bairro Catarina, pois depois dela já se considerava zona rural de Teresina. Ali, os impostos eram cobrados viesse a mercadoria sobre o lombo de jumento ou em carroçaria de caminhão; tinha que parar para recolher os impostos! Depois da Cancela, quase não se via residências. Ao lado da Cancela, ficava a casa do Ten. Dagmar (in memorian), mais à frente a casa do Domingão (in memorian) e, um pouco mais distante, a casa do Zé Neta (in memorian), depois dela quase não tinha mais casa até se chegar ao povoado Humaitá. Ali era o limite da área urbana. Eu sempre pegava o ônibus para ir pra o colégio em frente à quitanda do Gilson, que ficava bem no “ferro de engomar”, numa nesga de terra ou numa sobra de terra. Ele, por conta própria, fincou um banco de madeira onde as pessoas ficavam sentadas para esperar os ônibus, pois naquele tempo não havia parada padronizada na capital. Tudo ainda era muito precário. Pegávamos o ônibus da Empresa Manoel Ribeiro que fazia a linha do Br. Catarina até a Parada Final, do bairro Cristo Rei até o Mercado da Piçarra, indo pela Av. Odilon Araújo. Haviam poucas casas: a do seu Toca (in memorian), que era vaqueiro, a da Socorrona, que era um sobrado, a do Seu Narciso (in memorian), onde tinha uma placa suspensa do guaraná Mirinda, a farmácia da D. Dedé (in memorian) e do Seu Martins (in memorian). Depois do mercado haviam algumas casas e no cruzamento da Av. Odilon Araújo com a Av. Miguel Rosa, estava o Cine São Raimundo, mais conhecido por Cine “Baganinha”, devido a quantidade de baganas de cigarro. Teresina ainda era só uma menina, pensando ser moça, esperando para desabrochar. Na Av. Miguel Rosa se destacavam a Fábrica de Óleo Dureino, o Corpo de Bombeiros, algumas oficinas mecânicas, o Edifício Chagas Rodrigues e a Estação de Trem, onde os trilhos ainda passavam por cima da Av. Frei Serafim, pois ainda não havia sido construído o viaduto, o Posto Mercury…