Um esquema de roubo e revenda de medicamentos e produtos de higiene envolvendo o proprietário da rede Pop Farma causou prejuízo estimado em R$ 2 milhões para distribuidoras e empresas de transporte, segundo a Polícia Civil. Os produtos eram desviados no Maranhão e revendidos em farmácias da rede em Teresina, localizadas nos bairros São Joaquim, na zona Norte, e Parque Piauí, na zona Sul.
Três homens foram presos nesta quarta-feira (1º): o dono da Pop Farma, Eric Nicolas Castro Silva, o representante comercial Francisco Machado, ambos em Teresina, e um terceiro suspeito no Paraná, apontado como o executor dos roubos. Até o momento, a polícia apreendeu medicamentos, itens de higiene, duas armas de fogo e documentos ligados aos investigados.
Como funcionava o esquema
De acordo com a investigação, os roubos ocorriam principalmente nas rodovias entre Imperatriz (MA), São Luís (MA) e Teresina (PI). O suspeito preso no Paraná era responsável por executar os assaltos e repassar os produtos ao representante comercial em Teresina, que então os entregava ao dono da rede de farmácias.
“Os roubos ocorreram na estrada, geralmente na saída de Imperatriz para São Luís, ou de Imperatriz para Teresina. Eles já atuavam sempre no mesmo trecho e repassavam esses medicamentos e materiais roubados para a farmácia de Teresina”, explicou o delegado Laércio Evangelista, coordenador do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) do Piauí.
Segundo o delegado, os assaltos foram cometidos com armas de grosso calibre registradas legalmente. “Foram pelo menos sete a oito roubos registrados, tanto no Maranhão como no Piauí, todos eles utilizando armamento pesado”, completou.
As investigações também apontam que o grupo tinha ramificações em outros estados, com integrantes ainda foragidos. A polícia do Maranhão já atua para cumprir mandados contra outros suspeitos.
Produtos e ação policial
Entre os itens desviados estavam medicamentos, suplementos alimentares e materiais de higiene. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, com apoio da Secretaria da Fazenda do Piauí (Sefaz) e da Anvisa.
De acordo com a polícia, o representante comercial intermediava a negociação dos produtos, enquanto o dono da rede de farmácias os colocava à venda nos estabelecimentos. As investigações seguem para identificar outros envolvidos e ampliar o alcance do esquema.
“Nós também estamos atuando nos roubos recentes e temos registros em várias regiões do Piauí, do Maranhão e de estados vizinhos, com os mesmos operantes”, acrescentou o delegado Evangelista.
Posição da empresa
Em nota, a Pop Farma declarou que está colaborando com as autoridades e fornecendo as informações necessárias. A empresa destacou ainda que confia que os fatos “serão devidamente apurados e esclarecidos pelas instâncias responsáveis”.