O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou um dos principais aliados do senador Ciro Nogueira (PP-PI), o piauiense José Trabulo Júnior, que ocupava o cargo de consultor da Presidência da Caixa Econômica Federal. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União no dia 10 de outubro de 2025 e representa um importante movimento político dentro do governo federal, sinalizando o fim do espaço ocupado por indicados do Progressistas em áreas estratégicas do banco público.
A saída de Trabulo Júnior ocorre em meio ao acirramento das relações entre o Planalto e o Centrão, bloco político liderado por figuras como o próprio Ciro Nogueira. Mesmo após a troca de governo, o ex-ministro piauiense manteve influência em parte da estrutura administrativa da Caixa, herança do período em que comandou a Casa Civil no governo Jair Bolsonaro. Com a decisão de Lula, essa influência é consideravelmente reduzida.
A exoneração foi interpretada como uma resposta direta às pressões políticas recentes e à postura crítica de lideranças do Progressistas em votações no Congresso Nacional. Além de Trabulo Júnior, também deixou o cargo Rodrigo de Lemos Lopes, então vice-presidente de Sustentabilidade e Cidadania Digital da Caixa, ligado ao deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), outro nome associado à oposição ao governo.
Com essas mudanças, o presidente Lula reforça o controle político sobre a Caixa Econômica Federal e envia um recado claro de que pretende priorizar aliados de sua base no comando de órgãos estratégicos. A decisão enfraquece a presença de Ciro Nogueira no governo federal e reconfigura o equilíbrio de forças dentro da máquina administrativa de Brasília.
