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Um ano da tragédia na BR-316: caso envolvendo o influenciador “Lokinho” segue sem julgamento e famílias clamam por justiça

Nesta segunda-feira (6), completa-se um ano do trágico acidente que vitimou Kassandra de Sousa Oliveira, de 36 anos, e Marly Ribeiro da Silva, de 40, na BR-316, zona Sul de Teresina. O caso, que chocou o Piauí pela brutalidade e pelas circunstâncias, ainda não teve julgamento, e os acusados seguem em liberdade.

Os principais envolvidos são o influenciador digital Pedro Lopes, conhecido como “Lokinho”, e seu ex-namorado, Stanlley Gabryell. Segundo o Ministério Público, Stanlley dirigia o carro de “Lokinho” em alta velocidade e sem habilitação. Ele teria mudado de faixa de maneira brusca, supostamente para assustar pedestres, e acabou atropelando Kassandra e Marly. Duas crianças também ficaram gravemente feridas.

“Um ano da maior tragédia de nossas vidas. Um ano de luto por nossas meninas. Um ano lutando pela recuperação da Maria Suely, mas também um ano de pouco caso com as vítimas. Um ano de deboches com as famílias, com a sociedade e com a Justiça”, desabafou Marinalva, parente de Maria Suely, uma das sobreviventes, nas redes sociais.

Na denúncia, o Ministério Público sustentou que Stanlley assumiu o risco de matar e ferir, o que caracteriza dolo eventual. Já Pedro Lopes (“Lokinho”) foi acusado de cumplicidade, por permitir que o então namorado conduzisse o veículo sem habilitação. O caso foi encaminhado ao Tribunal do Júri pelos crimes de homicídio doloso consumado e lesão corporal grave.

“Lokinho” nunca chegou a ser preso, enquanto Stanlley permaneceu cinco meses detido. Na época do acidente, um mecânico foi morto durante um tumulto provocado por populares revoltados com a tragédia.

Em março de 2025, a Justiça desclassificou a acusação de homicídio doloso para culposo, ao entender que não havia provas de que os acusados agiram com intenção ou assumiram o risco de provocar as mortes. O Ministério Público do Piauí recorreu da decisão, afirmando que existem elementos suficientes para sustentar o dolo eventual.

“Com tudo o que aconteceu, tantas vítimas diretas e indiretas, seguimos há um ano gritando por justiça, como se isso fosse um favor. Tentaram inverter os papéis, colocando nossas meninas como culpadas, e ainda ouvimos que a conduta não condiz com o resultado. Esse resultado não importa? Essas vidas não têm valor?”, questionou Marinalva, em tom de indignação.

Enquanto o processo segue na Justiça, as famílias de Kassandra e Marly continuam cobrando respostas e clamando por justiça — para que a tragédia da BR-316 não caia no esquecimento.

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