O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou nesta quinta-feira (2) a recomendação para que a população evite o consumo de bebidas destiladas de procedência desconhecida, diante do aumento de casos de intoxicação por metanol registrados no Brasil.
“Recomendo na condição de ministro da Saúde, mas também como médico: evite, neste momento, ingerir qualquer destilado, principalmente os incolores, cuja origem não seja absolutamente segura. Não se trata de um produto essencial, mas de lazer. Ninguém terá prejuízo em suspender o consumo”, afirmou Padilha.
Orientações principais
O ministro destacou três recomendações centrais para a população:
- Verificar a procedência da bebida: “Tenha certeza de onde vem. Não aceite bebida oferecida em festas ou locais sem confiança, pois não há como saber o que contém ali”.
- Manter boa alimentação e hidratação: mesmo em casos graves de intoxicação, estar alimentado e hidratado pode reduzir os efeitos nocivos.
- Não dirigir após beber: reforço absoluto da regra “se beber, não dirija”.
Padilha explicou ainda que a adulteração com metanol é mais comum em destilados incolores, enquanto cervejas apresentam características que dificultam a fraude, como gás, tampa e composição química.
Casos confirmados
O Ministério da Saúde informou que já são 59 notificações de intoxicação por metanol no país, entre suspeitas e confirmações:
- 53 em São Paulo;
- 5 em Pernambuco;
- 1 no Distrito Federal.
Desse total, 11 casos foram confirmados em laboratório.
Para reforçar a rede de atendimento, a pasta anunciou a formação de um estoque estratégico de etanol farmacêutico em hospitais universitários federais, além da aquisição de 4.300 ampolas do antídoto, que já estão sendo distribuídas a centros de referência e unidades de saúde.
O que é o metanol e seus riscos
O metanol é um álcool utilizado em solventes e produtos industriais. Altamente tóxico, quando ingerido pode causar danos graves ao organismo: inicialmente é metabolizado pelo fígado em substâncias que afetam a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo levar à cegueira, coma e até à morte. Também compromete rins e pulmões.
Tratamento
O tratamento é feito com etanol farmacêutico, que atua como antídoto ao impedir que o metanol seja transformado em ácido fórmico — substância ainda mais agressiva ao organismo humano.