Pesquisa aponta que economia do Piauí deve crescer 2,5% acima da média do Brasil

Levantamento de dados foi coordenado pelo economista Gabriel Couto.

REPRODUÇÃO

O Produto Interno Bruto (PIB) do Piauí deve aumentar 2,5% neste ano, segundo estimativa do Banco Santander. Se confirmada a expectativa, o estado terá crescimento acima do previsto para o PIB brasileiro, de 2% em 2024, e da região Nordeste, 2,3%.

Para 2025, segundo o economista responsável pelo levantamento de dados, Gabriel Couto, enquanto a economia brasileira deve crescer em 1,8% e o Nordeste, 1,7%, a alta prevista para o PIB piauiense se mantém no patamar de 2,5%. Os números fazem parte de estudo especial que apresenta estimativas do Santander por estados e regiões para o horizonte de 2022 a 2025. Os últimos dados oficiais do IBGE para as economias estaduais foram publicados em 2021.

Nas projeções da instituição para o Piauí, o PIB dos serviços vai avançar 2,5% neste ano e 2% no próximo, após a projeção de atingir o maior patamar percentual do Brasil em 2023 no setor: 6%. Segundo as informações mais recentes do IBGE, os serviços são o segmento mais importante na economia do Piauí, com peso de 79,7% na economia local.

 “Os serviços indicam tendência consistente de expansão, apesar de alguma desaceleração recente. O Piauí é um dos destaques positivos dos últimos anos, e as previsões de 2022 a 2025 mostram sempre uma trajetória de crescimento do estado neste setor, sempre entre os melhores patamares do Nordeste”, afirma Gabriel Couto.

Para a indústria, que representa 12,3% da economia piauiense, a expectativa do Santander também é de alta de 8,9%, em 2023; 5,5%, em 2024; e 5%, em 2025. Neste ano, de acordo com as projeções da instituição, a indústria nordestina deve avançar 2,3%, e a brasileira, 1,4%. 

“O desempenho do Piauí neste período 2021-2025 o coloca sempre puxando os melhores patamares de crescimento percentual da indústria no Nordeste e com protagonismo nacional”, comenta Couto. Em 2023, a perspectiva é de ficar abaixo apenas do Espírito Santo (13,5%), enquanto que, em 2024, dividirá o posto mais alto com Tocantins (5,5%) e voltará ao segundo lugar em 2025, atrás de Tocantins (6%).

No setor da agropecuária, a estimativa é de recuo de 2% em 2024, após uma alta prevista de 15% em 2023. No Nordeste, o PIB agro deve subir 2,4% este ano, contrastando com a queda de 1% esperada para o setor no Brasil. O agro responde por 6,5% do PIB nordestino, e por 8% da economia piauiense.

Expectativa é de melhoria na produção e na remuneração média do trabalho

O diretor de Estudos Econômicos e Estatísticas da Cepro/Seplan, Diarlison Lucas, afirma que a perspectiva que se tem é de melhora nos indicadores econômicos estaduais por meio não só da melhoria no quadro produtivo, mas também ao aumento da ocupação e da remuneração média do trabalho, o aumento de transferência diretamente às famílias e, até por isso, o consumo, o que justifica a elevada participação do setor de serviços.

“São visíveis o desenvolvimento no arranjo de elementos ligados a todos os setores da economia. Na agropecuária destaca-se o crescimento da produção e do rendimento médio, principalmente das atividades relacionadas às culturas da soja, do milho e da cana de açúcar”, explica Diarlison.

No setor industrial, segundo Diarlison, observa-se o crescimento da indústria de transformação com ênfase na fabricação de alimentos e bebidas, assim como, da atividade de geração e distribuição de energias como a expansão da instalação de empreendimentos voltados à produção de energia do tipo solar e eólica. “Com esse resultado, o estado do Piauí apresenta-se como um destaque na economia da região Nordeste e mantém um desempenho superior à taxa de crescimento da economia nacional”, finaliza.