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No Ceará, chikungunya matou mais do que dengue em uma década

A chikungunya é uma doença viral transmitida por mosquitos que provoca fortes dores nas articulações, febre e erupções cutâneas, entre outros sintomas. Atualmente, todos os estados brasileiros estão registrando transmissão da doença, e o Ceará é o estado com o maior número de casos no país.

Foto: Reprodução

Um estudo epidemiológico publicado na revista The Lancet Microbe concluiu que a taxa de mortalidade por chikungunya no Ceará foi maior que a da dengue, transmitida pelos mesmos mosquitos. Entre 2013 e 2022, foram notificados 253.545 casos da doença em 59,5% dos municípios brasileiros, principalmente em sete ondas epidêmicas de 2016 a 2022.

O estudo mostrou que cada região do Brasil foi afetada de forma diferente em cada momento, e o Ceará foi o estado mais afetado, com 77.418 casos durante as três maiores ondas epidêmicas em 2016, 2017 e 2022. Os pesquisadores determinaram que a heterogeneidade espacial da disseminação do vírus chikungunya e a imunidade da população explicam o padrão de recorrência no país. As populações dos municípios mais afetados pelas ondas epidêmicas de chikungunya apresentaram algum nível de proteção imunológica contra a doença e/ou transmissão que impediu temporariamente a recorrência de surtos explosivos de chikungunya.

Os pesquisadores também sequenciaram os genomas de vírus chikungunya que causaram a epidemia de 2022 no Ceará e identificaram que a recorrência de chikungunya no estado, após um intervalo de quatro anos, foi associada a uma nova introdução de uma linhagem leste-centro-sul-africana, provavelmente originária de outros estados brasileiros após introdução em 2014.

O estudo ressalta a importância da prevenção, pois as epidemias de chikungunya provavelmente continuarão a ocorrer se nenhuma intervenção for implementada. Não há vacinas ou medicamentos para prevenir ou tratar a infecção, apenas remédios para alívio dos sintomas, que podem durar de cinco a 14 dias na fase aguda e até três meses na fase crônica. É importante que as pessoas tomem medidas preventivas, como o uso de repelentes de insetos e a eliminação de criadouros de mosquitos, para evitar a proliferação da doença.

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