O presidente francês, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, iniciaram uma viagem conjunta à China nesta quarta-feira (5/4), com o objetivo de reforçar os laços econômicos entre o país asiático e a União Europeia (UE). No entanto, as diferenças entre os líderes europeus sobre questões como comércio, direitos humanos e política externa colocaram em dúvida a unidade do bloco.
Macron e Von der Leyen se reunirão com o presidente chinês, Xi Jinping, e outras autoridades do país durante a visita, que deve durar até sexta-feira (7/4). A UE é o principal parceiro comercial da China, e a França é um dos países europeus que mais busca estreitar as relações econômicas com o país asiático.
No entanto, as diferenças entre os líderes europeus podem prejudicar a imagem de unidade do bloco diante da China. Enquanto Macron busca aprofundar as relações comerciais com o país asiático, Von der Leyen tem adotado uma postura mais crítica em relação a questões como a violação dos direitos humanos em Xinjiang e a política de “um país, dois sistemas” em Hong Kong.
Além disso, a UE tem se mostrado preocupada com a crescente influência da China em países da Europa Central e Oriental por meio de investimentos e projetos de infraestrutura, o que pode prejudicar a unidade do bloco em questões como política externa e defesa.
A visita conjunta de Macron e Von der Leyen à China também ocorre em um momento de tensão entre a UE e a Rússia, após a mobilização de tropas russas na fronteira com a Ucrânia. A UE tem se mostrado solidária com a Ucrânia e criticado a Rússia, enquanto a China tem mantido uma postura mais neutra.
A viagem dos líderes europeus à China também deve abordar questões relacionadas à mudança climática e ao papel do país asiático na redução das emissões de gases de efeito estufa. A UE e a China são signatárias do Acordo de Paris e têm se comprometido a trabalhar juntas para combater as mudanças climáticas.
No entanto, a viagem de Macron e Von der Leyen à China deve ser vista como um teste para a unidade da UE em questões econômicas e políticas, diante de um país que tem se mostrado cada vez mais influente no cenário internacional.