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TEXTOS DA SEMANA

EDUCADORA

A pobreza é uma exímia educadora, pois nos mostra limites. Mostra-nos que não precisamos de três ou quatro ternos no guarda-roupas, que não precisamos de três ou quatro perfumes da O Boticário, que não necessitamos de três ou quatro pares de sapatos, e que devemos levantar da mesa sem se saciar. Ela nos mostra que o pouco é sempre muito, mas que o nada também tem sua importância. Mostra-nos que as etiquetas caras não alimentam a alma, que o mundo vive de disfarces. Que tudo, fora a barriga, é um grande teatro. Os porcos engordam para morrer, o gado engorda para ir ao matadouro. O pobre aprende, desde muito cedo, que não deve estragar, que tudo é muito caro e muito difícil para se adquirir. Ponha no prato só o que vai comer. Todas as riquezas são injustas, pois na sua grande maioria vivem porque matam o pobre de trabalhar e não receber o justo salário. Ser pobre é ser alquimista, é saber transformar pedra em pão. A pobreza sempre nos deixa saudade. A riqueza sempre nos diminui. A pobreza nos dá uma sensação de justiça, mas a riqueza nos corrompe. Para estar no topo da pirâmide precisamos pisar nas costas de alguém, e esse alguém é sempre o pobre. Na pobreza, conhecemos os verdadeiros heróis, pois aquele que não divide no pouco, jamais dividirá no muito.

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