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Teresina

TEXTOS DA SEMANA

SAUDADE I

as 11:00

Mercado da Piçarra / Reprodução

Minha Teresina, minha terapia. Na quarta-feira, fomos à capital para fazer umas compras e entregar uma encomenda, já estava com alguns meses que não ia à minha terrinha… Fomos primeiro ao Dirceu deixar a encomenda, depois almoçamos na casa da mamãe e por volta das 14h, fomos ao Centro para comprar o material escolar do Bento, na Babylândia. Quando cheguei no bairro Cristo Rei onde fui criado e vivi minha adolescência e juventude, senti um aperto no peito, era a tal da saudade que me assolava através das minhas memórias num cinema mental. Tenho segredos incríveis e tenebrosos que só quem sabe somos só nós dois. Saímos da casa da mamãe pela Av. Abdias Neves e fomos até onde ela finda, aí pegamos a Av. Odilon Araújo, e quando chegamos no mercado da Piçarra veio-me uma emoção, uma vontade de chorar, pois me vi perambulando pelas bancas de verduras e pelos boxes dos açougueiros para comprar a lista feita pela mamãe – minha avó que me criou – quanto mais eu me afunilava para chegar ao âmago do Centro, mais meu coração apertava, pois eu estava ali, nas minhas reminiscências, perambulando pela praça João Ferreira de bicicleta com os amigos ou fardado indo para Unidade Escolar Maria de Lourdes do Rêgo Monteiro, ou pegando as lanchas do rio Parnaíba com meu xará, Antônio, para irmos à Timon(MA) e voltar, só folia de menino. Ou perambulando pelo mercado Centro para ver o homem da cobra anunciando e vendendo seus unguentos – ele anunciava mais de 40 enfermidades numa velocidade imensa – ou pela praça da Bandeira correndo atrás dos pombos… Eu e minha Teresina nos confundimos, nos amamos e nos amalgamamos num ritual de paixão a ferro e fogo.

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