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Gustavo Neiva denuncia irregularidades nas PPPs do Estado

O deputado Gustavo Neiva (PP) ocupou a tribuna na sessĂŁo desta terça-feira (05) na Assembleia Legislativa para denunciar, segundo ele, irregularidades nos contratos de Parceria PĂşblico Privadas do Governo do Estado. O parlamentar ainda classificou os contratos como “imorais” e “indecentes”. 

“Esses contratos das PPPs são verdadeiros negócios de pai para filho. No meu pensamento, se fazia uma PPP para desonerar o Estado, tirando o peso das contas públicas de serviços que podem ser administrados por empresas privadas. Mas no caso dos contratos do Governo do Piauí, o Estado bancou com toda a estrutura e ainda fica pagando para essas empresas privadas. Isso é um absurdo”, iniciou o deputado.

Neiva disse que analisou todos os contratos das Parcerias e que ficou boquiaberto com o que viu. “O prĂłprio secretário estadual de Fazenda disse que o Governo gastou R$ 50 milhões com para deixar o Centro de Convenções como está hoje. E aĂ­ passaram para a iniciativa privada com a PPP e no contrato diz que o Estado Ă© obrigado a contratar no mĂ­nimo 30 eventos por ano e ainda gerar uma renda de R$ 1,5 milhĂŁo por ano. E o mais interessante nesse contrato Ă© que a outorga tem carĂŞncia de 60 meses, ou seja, a empresa vai passar cinco anos sem repassar nada para o Estado. E mais interessante ainda Ă© que no Artigo 14.2 desse contrato diz que a outorga será no valor apresentado pela prĂłpria empresa concessionária. Como assim nĂŁo tem valor previsto? Se a empresa quiser pagar 0,1% ela vai pagar?”, questionou Gustavo Neiva. 

Sobre a concessĂŁo na Rodovia Transcerrados, o deputado disse que esteve na regiĂŁo participando do evento ‘5G no Agro’, na regiĂŁo de Baixa Grande do Ribeiro, e sentiu na pele o que Ă© trafegar por aquelas estradas e denunciou o contrato de concessĂŁo. “Nessa PPP, chamada concessĂŁo patrocinada, o Estado do PiauĂ­ vai pagar R$ 2,309 milhões para a empresa que prevĂŞ instalar quatro pedágios em 300 km de estrada”. 

Gustavo Neiva continuou, dizendo que na PPP do Aeroporto de Teresina o Governo paga R$330 mil por mĂŞs e que ainda está previsto um aporte financeiro de R$23 milhões que serĂŁo pagos em duas parcelas. Já com relação a PPP das mini usinas fotovoltaicas, o deputado disse que o Estado paga R$390 mil por mĂŞs Ă  empresa concessionária. “O Ăşnico contrato que o Estado nĂŁo paga nada Ă© o do VerdĂŁo, mas tambĂ©m lá está parado, nĂŁo tem servido para nenhum evento esportivo”, completou. 

Em aparte, dos deputados JĂşlio Arcoverde (PP) e B. Sá (PP) cobraram dos ĂłrgĂŁos de controle do Estado uma maior fiscalização com relação aos contratos de Parceria PĂşblico Privada. 

“O que me deixa triste Ă© a falta de fiscalização em todas essas irregularidades. A PPP da CEASA e do Zoobotânico tambĂ©m apresentam aberrações. Isso onera os cofres pĂşblicos e compromete as prĂłximas gestões”, disse JĂşlio Arcoverde. 

“Fiquei aqui pensando em como era o posicionamento do Partido dos Trabalhadores  antes de chegar ao poder quando o presidente Fernando Henrique Cardoso iniciou as privatizações. Hoje podemos ver que esses contratos nĂŁo estĂŁo sendo benĂ©ficos para o Estado e estou estarrecido como elas fogem totalmente das propagandas do Governo. A população precisa tomar conhecimento de como está sendo lesada por esses contratos”, disse o deputado B. Sá. 

Por fim, o deputado Gustavo Neiva cobrou do Ministério Público uma investigação em todos os contratos de PPP do Estado. “Quando eu via a comemoração desses contratos, a vibração do governo do Estado indo até para o exterior recebeu o prêmio internacional da ONU por conta dessas PPPs eu pensei rapaz, será que tudo isso é verdade mesmo. E aí eu fui olhar contrato por contrato e vi que tudo isso cheira muito mal”, finalizou.


Laryssa Saldanha – Edição: Katya D’Angelles

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