– Caso envolve pedido da polícia para que 180graus.com não citasse nome do médico em suas publicações
O delegado de polícia Tales Gomes foi ouvido hoje (17) pelo juiz Washington Correia da 8ª Vara Criminal de Teresina, como testemunha requisitada pelo Ministério Público, para se manifestar sobre a sua posição enquanto condutor do inquérito que apura o eventual crime de extorsão praticado pelo jornalista Arimatéia Azevedo e o professor Francisco Barreto contra o médico Alexandre Andrade.
Alexandre realizou cirurgia plástica estética em paciente, causando-lhe a necessidade de nova cirurgia, porque a área operada infectou, causada por material cirúrgico deixado no corpo da vítima pelo profissional. A mulher chegou a ser novamente operada no Distrito Federal.
Alexandre Andrade também fez acordo financeiro com a vítima, no valor de R$ 90 mil para evitar o andamento de uma ação civil por danos que corria em Brasília. Mas Emanuela registrou queixa crime contra ele no 5o DP de Brasília.
Em seu depoimento, o delegado informou que conduziu as investigações como coordenador da Greco, confirmou que o médico o teria procurado em um sábado de fevereiro naquela especializada, ocasião em que prestou seu depoimento, acompanhado de sua mulher de nome Ana Cristina, que não soube identificar onde a mesma trabalha.
O delegado confirmou também que enviou recado de WhatsApp para o editor do portal 180graus.com para que fosse retirado o nome do médico Alexandre da reportagem que tratava do assunto, visto que teria sido feito um acordo com o médico de que o seu nome não seria divulgado, embora tal fato que não constasse na decisão judicial que apenas impedia o PortalAZ divulgar qualquer matéria relacionada ao assunto, sendo que editor manteve a matéria na forma como escreveu originalmente.
Após retornar de férias e assumir a cobertura do caso, designado que foi pela empresa, o jornalista Rômulo Rocha, titular do Blog Bastidores, desse 180, foi informação desse pedido de retirada do nome do médico de matéria do 180graus.com e classificou tal ocorrido, internamente, como “estranho”, vez que poderia caracterizar tentativa de censura e evitaria a opinião pública de saber quem era quem na história. O 180graus.com nunca se furtou de divulgar o que a polícia apurava, mas o olhar para o caso, assim como em muitos outros, sempre foi crítico.
A participação do delegado Tales na audiência foi decisiva para que a defesa dos acusados e o Ministério Público requeressem ao juiz a juntada de todos os áudios, recados, e material colhido dos telefones apreendidos dos acusados, para que sejam periciados, e confirmada ou não a validade das transcrições que constam no inquérito que se transformou em um processo judicial.
Com isto, ficou suspenso o interrogatório de Arimatéia Azevedo e Francisco Barreto. que deverá acontecer após as perícias que serão determinadas pelo juiz Washington Correia.
FONTE: 180